Pra mim

Não sei porque ainda escrevo e mal. Quem lê, lê apenas, decifra, decodifica, traduz, utiliza sabe quantos recursos linguísticos e literários para absorver as coisas que aqui escrevo.

Mas a verdade que agora me inspira não afeta ninguém a não ser eu mesma, logo não é pra você que estou escrevendo. Eu tenho que tirar essa inutilidade de dentro da minha alegria.

O sol me irrita profundamente, o suor me queima e me deixa impregnada de um odor ridículo. Os pensamentos entregues ao ócio começam a dançar em rítmo descompassado... Sim sim, mas eu me mordo de ciúmes e como me mordo! Minha generosidade não engloba sentimentos passionais.

E que culpa tenho eu se de repente um mau humor súbito me toma as têmporas e explode? Dor nas têmporas é algo muito poético ao meu ver, muito mais do que a distância. A maldita gula que me deforma é muito mais lírica do que o descaso, este amigo que acompanha a todos. Ora, ora, deixe de ser tolo! Ninguém tá afim de te ouvir. Conselhos são meras gentilezas e gentileza é uma capa.

A capa é bela, ou feia. A capa é marketing!

Eu prefiro não acreditar nas doces palavras. Gosto de doce, acabo comendo tudo e como já disse, a gula me deforma. Também não valorizo as malidicências, estes doces de jiló (há quem goste). Gula por gula, todas me deformam.

A verdade é que sozinhos todos estamos. Nenhuma meta é comum a outra, são coincidentes. Não acredite na sinceridade e nem no marketing.

É noite, quinta feira, véspera da véspera do feriado de Carnaval. Data que me incomoda! Eu me mordo, eu me rasgo e me largo! Não grito e nem choro! Ciúmes não é desnecessário? Então tá, eu como! E engordo e me deformo...

Foda-se se não ligam! Foda-se se não me ligam! Se ligam, se chamam, foda-se também. Só não me tire o Chaves depois do almoço: tá nervoso? Liga no SBT. Sílvio Santos, nunca me deixe sem o Chaves, minha única alegria!!!

Mariane Dalcin
Enviado por Mariane Dalcin em 15/02/2007
Reeditado em 15/02/2007
Código do texto: T382842