Silêncio

...Então nos abraçamos mudos, calados, já que tudo o que devia e o que não devia ser dito já houvera sido. E sob a penumbra do teu quarto clareou-se a consciência, pois que a descoberta de nossos corpos não necessitava de palavras ou de luzes. Amamo-nos no silêncio, captando todas as mensagens; amamo-nos na escuridão, percebendo todas as imagens.

Na mudez da tua boca, ocupada agora com a minha, sorvo a essência do amor que não necessita de palavras; mas é na eloquência do brilho do teu olhar que compreendo, com todas as letras, a ventura de nosso futuro comum.