As  aves  e  um  sonho.

Acordei com o canto da tristeza que mora em mim desde que você partiu. Eu comecei a ouvir o canto da ema, daquela que gemeu no tronco do juremar. Igual a mim, a ave gemeu porque sentiu ciúmes da outra, que tirou dela o seu lugar. Não posso negar que foi um final bem triste e não quero que, como um azar, continue sobre mim. Gostaria que essa tristeza fosse embora e eu pudesse acordar o canto do uirapuru que mesmo sendo um pássaro tão simples canta de maneira singular. Somente assim, este pequeno pássaro calaria todos os acordes da tristeza que, até agora, continua a me dominar. Depois que anoitecesse, o uirapuru se recolheria. Ele deixaria espaço livre para a chegada do bem-te-vi que, ao cantar o seu nome durante a noite, dissesse estar me vendo a sonhar com a chegada de um novo amor.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 24/08/2012
Reeditado em 30/12/2015
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