COMPORTAMENTO

O ser humano não se limita apenas ao seu corpo físico.

Ele é, imensamente, muito mais que isso!

Ele é portador de vários corpos mais subtis que o corpo físico e que estão relacionados com outras forças e inteligências. A manifestação desses corpos faz-se, muitas vezes, sob a forma de movimentos, mímicas e gestos, quer de forma consciente ou inconsciente.

Os gestos são tema de estudo, de há muitos anos a esta parte e até se cria a arte da magia que é a ciência dos gestos. O comportamento motor de uma pessoa possui uma enorme expressividade. Todo o gesto isolado e/ou um conjunto de gestos, quer em termos de sequência ou não, tem sempre um significado, consoante o contexto da situação. Quando alguém tentar ser assertivo nas suas palavras e acções nunca poderá esquecer até que ponto a sua linguagem estará ou não a reforçar esse comportamento.

A maior parte da comunicação não verbal é realizada pelos gestos e expressões faciais. O canal privilegiado de expressar as emoções é o rosto.

Naquilo que nos toca neste tipo de ensinamentos é que, cada um de nós, tenha consciência dos gestos a ter, começando pelo cuidado de falar, de andar, de trabalhar. O que quero dizer, com mais precisão e frontalidade é que não devemos utilizar gestos inúteis, porque deles resulta problemas ao nível espiritual. Cada gesto é uma força/energia que se manifesta em diversos planos. Ele corresponde a outras correntes, vibrações, cores e vai agir sobre os outros seres à nossa volta.

Um gesto inútil ou mau, liga-nos a forças boas ou mais, pois ele é um suporte indispensável à manifestação das virtudes e dos defeitos; ao universo total das emoções.

Vamos avançar para situações concretas. Iniciemo-nos no andar. É fundamental que nos observemos quando andamos. No andar o corpo deve caminhar com leveza e com a cabeça direita. Nunca andar curvado, de olhos fixos no chão, assim como bater com o calcanhar em cada passo. Na caminhada não levar nada nas mãos. Se temos que levar alguma coisa que seja nas costas. As mãos devem estar livres.

Procuremos um ritmo adequado à respiração e balancemos os braços ao andar, pois que, graças a este movimento de braços e respiração ritmada, conseguimos caminhar mais tempo sem fadiga. Transportemos bons pensamentos na mente e evitemos falar e cantar, pois esse deve ser um tempo de amor e de silêncio.

É preciso muito cuidado a ter com as mãos. É evidente que o hábito de gesticular ao falar está muito generalizado. Vemos isso todos os dias e a todo o instante. O que é mais grave é que ficamos surpreendidos com os gestos desordenados das pessoas. Vemos pessoas que não cessam de agitar as mãos, de forma desordenada; formas nervosas de manuseamento de objectos, de puxar o cabelo, de coçar na orelha, de agarrar os botões da camisa, etc. Muitas vezes estamos a falar com um elemento desta tipologia de pessoas e não conseguimos escutá-la e, ao fim de alguns minutos ficamos esgotados e queremos sair dali rapidamente.

O que aconselho é que se eduque as mãos e se aprenda a servirmo-nos delas, quer sobre nós próprios, quer sobre os outros.

O aperto de mão é um gesto importante a ter em rigorosa atenção. Aconselha-se que esta saudação seja só uma vez e não mais. Porquê? Porque, como diz o povo, da primeira vez as pessoas estão ligadas umas às outras e, das outras, tiram. No primeiro aperto de mão toca-se subtilmente. No segundo as correntes são muito mais densas. O primeiro contacto é mais espiritual e depois, a seguir, no segundo, ele foge da verdadeira fonte das emoções e da verdade.

Este gesto do aperto de mão deve ser executado com consciência e amor pelo outro.

A saudação com a mão, desde que seja feita com consciência, mesmo várias vezes ao dia, como um simples levar de mão, é um gesto extremamente significativo. Essa saudação pode ser uma verdadeira comunhão que se associa à harmonia viva entre duas pessoas.

A postura é, também, um dos aspectos importantes da comunicação não verbal. A postura designa os modos de nos movimentarmos, sendo algo que se vai adquirindo com o tempo e com os hábitos.

A postura é um sinal, em grande parte involuntário, mas pode participar de forma importante no processo de comunicação.

De sublinhar que em todas as culturas existem muitas posturas. Elas devem ser analisadas de acordo com essa cultura e o contexto em que são apresentadas.

Os movimentos de cabeça devem ser um facto também importante, por serem indicadores significativos numa interacção. Os acenos de cabeça são, muitas vezes, um reforço de comunicação e uma recompensa para o comportamento precedente. São, sem sombra de dúvida, a confirmação da concentração, aceitação, agradecimento e comunhão com o silêncio e o amor.

Agora passemos ao olhar.

Os nossos olhos não são só o órgão fundamental da cisão. São tanta coisa mais!...

Com eles podemos dar e receber tanto…

Eles são uns fortes emissores, muito activos, influenciadores, persuasivos, sugestivos, entre outras forças de intervenção. Eles são o melhor observador do ver e do sentir.

No que diz mais respeito à temática que nos traz a esta obra, o olhar é aqui visto como elemento privilegiado da comunicação e análise humana, tendo sempre por base o respeito pela dignidade e dimensão do outro.

Quando estamos perante uma pessoa, não devemos antes de mais, olhá-la fixamente para não a importunar. O primeiro momento é de observação: - uma observação atenta, para depois funcionarmos em conformidade com os indicadores que captámos.

Em todo este processo está o canal da energia. Se estamos numa emissão energética, nunca demonstremos passividade no circuito, senão não damos nada. Devemos olhar o outro com uma doçura ligeira, de maneira a deixá-lo livre. Essa doçura, associada ao amor universal vai abrir-lhe o coração e depois deixar lá uma boa semente. O nosso maior prémio é conquistar o coração com amor desinteressado.

Adoptemos esta forma de actuação no circuito da nossa vida familiar e social e muita coisa boa acontecerá, porque, como sabemos mas não praticamos, muita coisa depende da forma como olhamos para os outros.

Há muitos seres evoluídos que há muito nos vêm dizendo que tudo reside no olhar que é um resumo de todo o nosso ser, pois ele é o melhor cartão de visita por tudo onde passamos.

Como se cria este olhar? Como se transforma? Muito, simplesmente, a transformação tem de partir da nossa mudança total: - maneira de pensar, de agir e de sentir.

A transformação vem do nosso profundo “Eu”, cuja energia se derrama sobre o que é ser e objecto.

Atrás falámos do olhar e verificámos a importância que ele pode ter, nomeadamente no processo de ajuda, porque o olhar pode ajudar os outros e a nós próprios. O olhar, associado à palavra, reforça, substancialmente, a sua força.

Concentremo-nos agora no sector da palavra.

A preocupação na palavra tem que ser muito, muito mais elevada, pois cada uma que sai da nossa boca sem que ser verdadeiramente pensada. Pensar no que dizemos, pois pode haver outras forças a servirem-se da manifestação das nossas palavras para lhes dar outro sentido e direcção e isso acontece constantemente.

Sabemos o quanto a palavra é mal utilizada em determinados circuitos do mal, como no hábito de proferir maldições, que depois criam condições para que as infelicidades apareçam nas pessoas a quem foram pensadas e dirigidas.

A comunicação com a palavra leva-nos a ter uma vigilância redobrada com as conversas que temos. Nunca devemos acabar uma conversa com palavras negativas, pois, como tudo é energia, essas palavras vão continuar a circular no campo das negatividades.

Com certeza que todos nós já ouvimos esta afirmação: - “A palavra é como um foguetão!”

Se ela tem essa rapidez e nós acreditamos que sim, temos que nos acautelar a todo o momento, com aquilo que mandamos para o ar. Temos de ter uma extrema responsabilidade naquilo que ela desencadeia, naquilo que ela pode provocar e/ou originar, muitas vezes com efeitos irreparáveis.

Para que a palavra aconteça com uma acção de boa vontade e manifestação de amor, trabalhemos os pensamentos e sentimentos, com a devoção que a situação nos merece.

Elevemos os pensamentos bons, em detrimento dos maus, na dimensão que pudermos. A exercitação dos pensamentos e sentimentos, deve ser tido com convicção e disciplina. Se isso acontecer, conseguiremos reparar muitos erros.

Tomemos, pois, consciência disso…

Luciano Reis

2011-09-22

Luc Reis
Enviado por Luc Reis em 01/09/2012
Reeditado em 04/09/2012
Código do texto: T3859634
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