Mais um sem a menor inspiração

Resolvi sentar e buscar o alívio, este silencioso alívio que me acompanha desde que comecei a pensar, a sentir, a me decepcionar.

Não dá pra confiar em palavras, em sentimentos e em promessas. Não dá pra confiar nas coisas lindas da vida, nos amores. Eu não posso afirmar que serei feliz, ninguém pode. Eu esqueci como se faz para acreditar...

O amor é sincero, mas não prático, nem um pouco prático. Ele é verdadeiro mas não objetivo. O amor é uma inspiração que eu detesto sentir e eu não gosto de buscar o alívio por causa dele.

Quando eu conheci o amor eu quis dele fazer uma família, com filhos, cachorros e gatos. Mas este amor não obedece a uma seqüência e esta coisa de café da manhã, almoço, escola, filhos, ração pro cachorro não é tão palpável assim. Antes da rotina do dia-dia, esta rotina que tanto desejei, existe um fado destinado a mim: não nasci para ser mãe, nem esposa e espero não estar destinada a ser uma eterna namorada.

Felicidade não combina com eternidade...

Não tem nada de belo nessas minhas palavras, nada de poético... Nada. Mas agora não tem ninguém aqui. Talvez você entenda que a minha tristeza não se cura com um simples desabafo, mas pelo menos assim não fico pensando nos filhos que sabe Deus quando terei.

Mariane Dalcin
Enviado por Mariane Dalcin em 20/02/2007
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