De alma plena e vida amena,
Segue como cachoeira em declínio,
Na agitação da memória o menino,
Asas do destino em espelhos d'água;
Das duras penas o prodígio.
Figuras esguias da grata sorte,
Em bandeiras transluzentes o consorte,
Irmãos peregrinos na morte o ofício,
Da infãncia a incerteza do dote,
Traços hostis em dureza vivente,
Heróis anciosos em laço silente;
Da graça altiva eis o forte.
Em correntes estridentes chora
Sob olhares interiores se enamora,
Da fé soberana a santa esperança;
Centelha nos bravos alcança.
O pó que da terra treme,
Deixa rastros em sangue seco,
Humano projeto esterco;
Vestígios da luta ao leme.
Velha embarcação da partida,
Recolhe os cacos desta vida,
Milagre consumado em cascata;
Nota fúnebre da existência inata.



 
Sirlanio Jorge Dias Gomes
Enviado por Sirlanio Jorge Dias Gomes em 26/09/2012
Reeditado em 13/08/2013
Código do texto: T3902636
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