Vida à Solidão

Por essas lânguidas coisas críveis dum carrossel de maldades

Façamos um trato:

Tratemos de expor aos nossos lépidos limites, esfinges douradas

Outras mores decapitadas de sangue e joio

Irão nos confrontar e nos irão acariciar

Ah, as inflorescências!

Que não são flores a desvendar os mistérios

Que não hão nas casas à lida do perdão

As quais não caminham em bando por não se olvidar do canto

Destes poucos e imemoráveis amores, sangremos no todo

Daremos um touro capado aos pecíolos desta história marcada a findar

Desta memória macabra a gingar;

Esta vida vaga, velha e rala que nos impele a respirar

Sofregamente, as entranhas se fundem

E fazem dos amanhãs, nossos travesseiros novos

A nos ocupar por um tomo

Enquanto a mente rasteira lampeja gotas de sangue

E nos punge com anzóis de dor

De dores, tenho medalhas

Das farpas, as mais famosas que há

[E há!]

Decerto, um dia morrerão as vaidades extremas

Iludir-se-ão as ondas do oceano passivo

E arpejos tocarão, mansinhos, no quintal da solidão.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 23/02/2007
Reeditado em 28/02/2007
Código do texto: T391166
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