Meu ínfimo Supremo...
A ti passei um pedaço da minha alma,
Ofertei-te, meu pequeno anjo, toda a minha dedicação,
Trouxe-te em mim, desde quando ainda nem te sentia
E já me apoderei de todas as virtudes que você há de ter.
Logro das suaves batidas do teu coração,
Dos pequenos gestos que ouso pensar fazerdes
E me sufoco da felicidade de te ter em mim todos os dias.
Pressinto tua chegada como a glória na razão d’um viver,
Vejo sinais de prazer em todos os cantos do meu corpo;
Dele terás o que necessitas, sem egoísmo ou ponderações.
Meu frágil jardim babilônico, ponho-me a tua disposição...
A minha essência hoje te faz morada,
O meu eu não mais faz sentido sem tua pulsação.
Vejo em você também um pedaço do meu gêmeo-companheiro-amigo-amante,
Teu pai.
A quem mais agradecer senão a ele?
Dele terás toda devoção que mereceres,
O caráter mais louvável que n’um homem pude conhecer, nele pressenti.
És dele, como de mim, uma parte.
E por que não dizer que dele a melhor?
Uma parte formidável demais para não adorarmos.
Saiba meu filho, viestes como uma bênção,
Um manso e largo laço que nos fez família,
És a razão dos mais puros e sinceros risos.
Que de ti só brote imensa ventura,
Que de nós, tenhas o melhor.
Despeço-me daqui, meu menino.
Que venhas saudável como anseio,
Do lado de cá o mundo te espera,
Mais que isso;
O meu amor pacientemente te aguarda...
Sua Mãe