Fim de linha

Estava ela levando o seu dia ...

meio rotineiro... meio claro ,

meio sonso,

meio inteiro...

Não sabia que o destino lhe aprontaria

uma viscosa situação meio de bancarroteiro.

E foi ela deslizando em simpatia -

desenhava curvas e retas pela cidade ,

em cores e flores ela persistia...

O destino , esse falso alfineteiro ,

apontava para o peito e sua face

flechas traiçoeiras, vil arqueiro ...

Ela não sabia que viria essa dor ...

só estava vivendo o dia a dia ,

fazendo valer certo fervor

para disfarçar bem lá dentro de seu intimo ,

uma pequena agonia que a seguia ...

Ela ia mostrando um bem viver no seu sorriso

que ,em ousadia, persistia ...persistia...

Mas o destino lhe apareceu e destruiu

todo o esforço que todo o dia

em sua vida, pra viver...

ela fazia...

Se afundou, se morreu , ninguém sabe,

ninguém viu...

Mas cheguei a perceber a sua dor

que a solidão , com seu manto escuro ,

a cobriu...