Receio do Novo  



Nada entendo de futebol. De meias, de centro de ponta.
Nem avante e nem adiante.
Não sei definir quando o jogador está impedido.
Desconheço a função do zagueiro.
Perdoe-me os antenados e parlamentados neste esporte, mas sou vergonhasamente - leiga!
Isso noentanto, não me põe fechada para torcida.
Não me enclausura a emoção.
Não me rasga e nem despe a concentração.
O olhar fixo na tela, os esboços de insatisfação e indignação, quando supostamente entendo que algo não esta certo na peleja.
Ofensas borbulham e alternativas surgem imperativas na minha voz.
Torno-me então, tática e precisa.
Sou a dona da bola, do drible, da vez.
Quero mudar ou fazer acontecer.
Quero a festa, a leveza o show!
Quero soltar, abrir, refrescar o grito preso no peito.
Quero lavar a alma de alegria!
E nesse jeito meio que tonto e incerto vou aprendendo que ousar é difícil para quem tem  nas mãos, o poder de mudança.



( Escrito em Junho/ o6 - Copa do Mundo)