NO CAIS DO TEMPO

O mundo não espera,

Leva consigo.

Por trás de nós vem a juventude, sorrindo.

Todo querer escuta algo do tempo.

Por que, criança, você quer seu primeiro relógio?

O compasso da música basta para ouvir da vida seus momentos.

O horizonte ainda é onde não sei,

E quando pensar saber a noite chegou.

O mundo não guarda, pois o que foi dança em seu girar.

Como as folhas que não retornarão à árvore,

Causando o prazer em sua própria perdição...

Elas também fazem parte da cantiga, assim como nós.

E isso somos:

Sempre música,

Silenciar da ventania,

Barulho de trovão.

De tudo que passamos, não teremos passado tudo...

Apenas seremos passado.

Lá onde a roda teima em voltar sobre si,

Num movimento retilíneo avançaremos.

Porque não somos círculos, mas estradas que avançam.

Meu caro, navegamos numa nave chamada juventude

A viagem que cada um de nós é.

Um dia descobriremos, na visão do cais, um lugar para a baldeação.

Então entraremos noutra barca...

É, meu bom velho amigo...

Vamos, o mundo não espera!

Ricardo Toledo
Enviado por Ricardo Toledo em 28/11/2012
Reeditado em 28/11/2012
Código do texto: T4009753
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