A Meretriz e o Poeta

As mulhere que ninguém lembra.

Sereis o último romântico que há na face da terra. Encanto de toda pureza que se perde. O que procuras entre há mais vulgar das fêmeas? Qual prazer pode lhe dar é o do corpo. Leviano, nu. Nunca minha frágil essência.

Para que palavras doce meretriz. Se esse é o único tempo que possuímos para sermos feliz. Seja o meu pedaço. Por favor, seja o meu amor. A prova viva de que meus poemas não mentiram. Quando diziam que na vida como no sonho, ainda existe paixão.

Sonhos jovem poeta. Deles o mundo está cheio. E quantos foram sonhados aqui mesmo nesta cama. Tendo o fim trágico depois do passar da porta. Deseje apenas meu corpo, seja meu pela última vez. Partindo como os outros.Levando minhas marcas e meu cheiro. Sou o sonho que levemente termina. Todos levam as flores. Deixando em meu peito os espinhos.

De quantos te tocaram, apenas eu te amei. Se de meus olhos agora correm lágrimas. É porque o amor verdadeiro encontrei. Seu olhar traiu seus lábios. Seus lábios traíram seu olhar. O que julgas ser pecado perante o nosso amor? Reparta comigo teus espinhos. Como poeta posso guardá-los somente para mim. E como homem tentar te amar de tal forma. Que as dores que ainda restam em ti. Serão as flores que voltaram a brotar em teu triste jardim.

Quem dera ser justo jogar-te minhas cruzes. Não devo colocar-te algemas. Nem ferir a parte mais linda de todo o seu ser. Quero para sempre guardar sua imagem. O primeiro tímido beijo de um menino. Que no final soube amar uma mulher,como nenhum homem no mundo amou. Amar os sentimentos. Para depois amar a carne.

Contemplar-te foi minha maneira mais fiel de amar-te.

Se isto tudo que descestes for verdade então onde errei?

Se antes de ser seu homem fui teu menino. Provei de teus pecados. Mais pelos teus beijos fui absorvido. Olhe em meus olhos e diga onde peguei? Qual punhal ingrato que no meu peito cravei. Somente não permita que saia por aquela porta. Onde descestes que os sonhos morrem. Sem saber o motivo pelo qual o meu sonho morreu. Deixe-me pelo menos uma cruz. Para ferir pela eternidade todo amor que seria teu.

Silencio poeta! Encoste sua cabeça em meu peito. Esse que agora bate é meu coração. Justo eu que pensava na telo.

Fostes o motivo, a razão. Soubestes tocar-me de tal forma.

Que tuas mãos não tocavam minha pele. Acariciavam minha alma. Entre todos que tive em meus braços.Tiveram e tocaram meu corpo. Somente um tocou e teve o meu coração.

Serei o teu punhal, o teu sofrer. Entre lágrimas estarás apaixonado poeta. Verás que não serei apenas o teu amor.

Serei além, tua mais profunda dor.

Meus dedos tocam teus lábios, calam tua voz. Jaz choro por dentro antecipando minha agonia mortal.Tremulo meu corpo toca o teu na tentativa desesperadora de ser tua cura. Mais antes que amanheça deixe-me falar-te pela última vez. Enquanto docemente teus olhos brilham. E meu coração se dissipa em turbilhões negros: Seja o meu pedaço. Por favor, seja o meu amor. A prova viva de que meus poemas não mentiram. Quando diziam que na vida como no sonho,ainda existe paixão. Seja o meu pedaço. Por favor, seja o meu amor. Contrariando o próprio martírio.

Até no fim seja o meu amor...