Ode ao amor

Afunda nas pedras arrebentando rochedos

com aroma imortal de teus beijos infinitos,

inchando as terras e a alma das multidões

assustadas, como alma virgem de boneca

de porcelana que sangra, soluça e canta!

Oh soberano que revienta e desmancha

a selva insana, faz esquecer fúrias pétreas

de multidões ermas que teu passo seguem

e tuas mãos beijam, dos sonhos escravas,

desaperta nós da desgraça com uma neve

de acácias que fazem sorrir as lágrimas!

Tudo atende ao teu fascínio encantador,

desde o caçador da pequena *Edelweiss

ao vergel supenso nas refulgências claras

da constelação que foi outrora **Pégasus,

qualquer um que em algum lugar respire,

vive e morre sempre florescendo por amor!

Tece e desmancha, atordoa e silencia,

rompendo a manha dos sinos de água,

beijam-se no ar borboletas e girassóis,

abraçam-se brisas e chorosas chuvas,

sorriem os prantos beijando presságios

sob o leito de esperanças que orvalham!

Abre redenção da aurora em cada peito

onde chorou o ocaso sombrio e gelado,

em tudo e por tudo resmunga sua rosa

vulnerando a fibra mais forte e também

a mais tênue. Comove, ressuscita, vibra!

Este veneno imprescindível à existência,

de terrivel poder arrebatador, regenera

touros temíveis dentro de cada homem

falando na língua dos arcanjos sagrados

com as estrelas da harmonia universal,

plenamente cativos ao amor, como for!

Santos-SP-08/03/2007

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 08/03/2007
Código do texto: T406090