Definindo a vida

Talvez a vida seja feita para viver. Ou talvez não. Talvez a vida seja feita para aprender a viver. Ainda não é isso. A vida pode ser feita para se ensinar a viver. Correto? Descordo! Quem sabe a vida não é feita para crescer e morrer. Muito trágico. Talvez a vida seja feita para realizar sonhos. Não, não é! Talvez a vida seja feita para sonhar. Quem sabe, mas... prefiro pensar que a vida é feita para transformar o sonho em concreto e novamente transformar um sonho em concreto e novamente fazer a mesma coisa, interminávelmente... Isso dá uma preguiça, não? Gosto de dizer que a vida é feita para se esbaldar. Mas isso de fato é mentira! Dizem que a vida é feita para ser feliz. Como assim feliz? Ter dinheiro, carrão ou ter filhos e um bom marido? Muito complexa esta definição. Já escutei que a vida é feita para sorrir. Péssima definição! Melhor dizer que a vida é feita para chorar. Aí sim... que nojo de escrita! Não, a vida não é feita para chorar, aliás, as pessoas não querem chorar, ou querem?! Talvez a vida seja ainda uma dádiva do querer... Do querer acordar, do querer amar, do querer vencer, do não querer morrer. Talvez ainda a vida se resuma a um simples talvez, a uma simples dúvida, a uma simples questão. Nada além disso! A vida é, sim, a filosofia das perguntas, o choro do faminto, o andar do desesperado, o sorriso do rico, a festa do glorioso, o fim indesejado. Não, a vida não é um poema. Mesmo que em prosa. Poemas emocionam, a vida... nem tanto. É grande demais. Só no fim nos lembramos do começo. E aí, o bonde já passou, a carona já se foi, a tartaruga menina já nadou. Aí! Boa definição, talvez, muito talvez, a vida seja uma tartaruga menina. Nasce e cresce, mas volta sempre ao berço para dar vivificar o amanhã.