Inoportuno
Obrigada pelo carinho ausente quando mais preciso
E pelas palavras sombreadas que me embaraçam.
Meu sarcasmo não te diz nada,
Meu semblante de indiferença tampouco.
Na fumaça das palavras trocadas sem sentido,
Aprisionada está uma outra língua,
Um completo desentendido de sons.
Sem diálogo por estendidos desprazeres,
Calos que resultam de insistentes aproximações.
Gestos melosos, agradáveis e providenciais não me comovem,
Não preciso me repartir em gentilezas
Ou te dissolver em carinhos.
Siga em teus breves passos inacabados
E retorne entre ilhas de insegurança,
Causando-me mais uma vez, que seja...
Um trinômio de amor, ódio e sadismo.