CLAUSURA

A MASMORRA ÚMIDA FEDIA.

SUAS PAREDES SUADAS ESCORRIAM

VISGOS GOTEJANTES E FRIOS.

NENHUM MÓVEL NA CELA,

NENHUMA LUZ REBATENDO NA ROCHA CRUA.

HÁ QUANTO TEMPO ESTAVA ALI?

HÁ QUANTO TEMPO INSTAVA ALI?

PERDERA A NOÇÃO DO TEMPO,

PERDERA O NORTE, O RUMO, O PRUMO;

O SILÊNCIO TRAGARA A SUA VOZ

ATÉ O DIA EM QUE OUVIRA

O RANGER DOLENTE DA PORTA DE FERRO,

TÃO POUCO AFEITA AO ABRIR-SE,

RIBOMBANDO PELO LABIRINTO GOSMENTO;

TRÔPEGO, DESCONFIADO E LERDO,

REFEZ O CAMINHO DE TESEU.

AO SAIR DA GARGANTA MONSTRUOSA,

A CLARIDADE DARDEJOU SEUS OLHOS,

A BRISA LÍMPIDA CAUSOU-LHE VERTIGEM.

VOLTOU SOBRE OS PRÓPRIOS PASSOS

E PRIVOU-SE DA LIBERDADE;

E LIVROU-SE DA LIBERDADE

QUE LHE CUSPIRA DARDOS DE SOL;

QUEDOU-SE, MARAVILHADO, NO FUNDO DO FOSSO!

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 20/01/2013
Código do texto: T4095119
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