Qual a verdade?

Meu pálido sorriso esconde minha tristeza,

Esconde de qualquer um que não se importe.

Não há momentos em que seja diferente,

Um abraço, um aconchego, um forte que me sustente.

Nada disso existe.

Sentimento obrigacional rodeia quem mantém proximidade,

Nada além de um dever a cumprir,

Uma questão de lealdade com sua imagem.

Não há livre vontade no seu querer,

É apenas uma avalanche de atos desconexos,

Atos que falsificam o seu arbítrio.

E em tudo o que há só a ausência se faz presente,

O olhar distante, as palavras descimentadas,

Os gestos de piedade e a fragilidade das mentiras,

Tudo para tentar me fazer confortável.

Em minutos de pura carência me satisfaço com o pouco,

Logo pairo em racionalidade e passo a perceber,

Não passam de farsas, de belas patranhas,

De tragos da bondade que saturam.

O sol esquenta a frieza dos meus atos,

Mantenho-me distante a todo o momento,

É o que posso fazer de melhor,

Tanta utopia poderia me sufocar,

Me ludibriar e até me matar.

Não suporto sua estranheza,

Seus picos de cordialidade

E até de entusiasmo com sentimentos.

Não conheço o que há por trás.

O que é real em seus atos,

O que pode ser dito como sincero...

Em meio a dúvidas eu me afogo,

Temo overdose de angústia...

Não posso mais me manter assim,

Sem saber de onde vem tudo o que incomoda,

O motivo de tanto desapego,

De toda a inquietação desmerecida...

Apenas dentro de minha alma poderei encontrar,

Alguma razão para esta noite...

Sou apenas eu contra o mundo.

Metanóia
Enviado por Metanóia em 20/01/2013
Código do texto: T4095156
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