Dos Encontros e Das Despedidas

Me encontro nas esquinas que me despeço de você. Eu aprendi a me perder, exatamente, quando te encontro.

Eu salto sem sair do chão, grito baixo e pra dentro, alimentando a angústia que existe no fato de ficar à procura de mim mesma. Nestas buscas sempre encontro mais de você.

Eu deixo você ir sem me ouvir e sem prestar a devida atenção no que há no nosso abraço. Deixo você ir, tão livre quanto veio, não lamento e ainda comemoro as tuas asas. São nelas que consigo ver, ainda, um pouco de mim em ti.

Apenas busco o tempo de me reencontrar e me recompor, sem demora e sem dor. Aprendi a superar. A me superar. Aprendi a guardar as lembranças onde elas devem estar. Mas não vou aprender a me esquecer. A te esquecer.

Vez ou outra vai ver um pouco de ti nos meus versos como a cena de um reencontro da nossa história. É assim que trilho um caminho de voltas e recomeços meus, seus... nem sempre nossos... E escrevo uma nova história, um novo ciclo, cada vez mais leve, em paz e livre. E enquanto eu passo, enquanto passamos... Elevo a prece e espero que um dia, nossas asas voem um mesmo vôo. É visto do céu este “qualquer infinito”.