SONHO PARA UM VIAJANTE


 Hoje mais uma vez catei teus dedos,
Tentei apurar meu faro para encontrá-los,
Corrí, corrí mais uma vez à cata deles... nada.
Onde estariam eles, onde teus dedos, onde você?
A busca prossegue, meus olhos se amiúdam,
Meus olhos se esbugalham...
Cerro os olhos, quem sabe a cegueira me traga tua mão.
Apalpo tudo e todos na minha eterna busca, em vão.
Sinto uma frieza sem fim.
Será a proximidade deles?
Ou meu próprio fim?
Tento me consolar, me acarinhar, me fazer adormecer,
Quem sabe sonhar que tua mão me fez dormir,
Que teus dedos desfiaram meus cabelos,
Mas, o sol me diz que mais uma vez sonhei,
Não eram dedos, não era mão.
Era somente o morrer de meu coração.