reedição




Dormem ainda guardados os meninos
nos homens marcados
com seus segredos/ degredos
dormem nos orfanatos sem memórias
dormem na história com seus códigos indecifrados
dormem  entre os semáforos das ruas
da cidade bélica do corpo
caminhantes ou habitantes dos últimos modelos das últimas naves trafegam pelas esquinas escuras da indiferença
no colo da flor da própria pele
do abandono  da febre
de si próprios
no colo da flor da civilidade
soltam pipas
soltam pipa no lixo das bocas
dormem os meninos   entre os seios da cidade louca
despida e sem leite
no vértice das ruas
com suas musas nuas
dormem no colo meu
no colo teu
dormem no útero
daquele que veio  ou ainda não nasceu
dormem nas estrelas no bicho papão que a razão comeu
entre as teias dos alvéolos de ozônio
Dormem os meninos homens
sem céu sem sonhos
enquanto derrete o azul ...