"Romance", Inapropriadamente Apropriado

“Romance”, palavra inapropriadamente apropriada que eu, particularmente, desconheço sua excentricidade.

Em meu humilde ponto de vista, penso que um simples substantivo como esse seja incapaz de suportar o peso de carregar outra palavra tão figurativa quanto a própria (há pouco aqui mencionada), sabendo que as pessoas, em sua maioria a denominam “amor”.

E lá vou eu novamente, talvez em vão tentar explicar que o ser humano, generalizado por seu próprio ego, ousa diariamente encher os pulmões de ar, abrir a boca e soltar em altivo e bom som:

- Eu te amo!

Um ser tão complexo, inquieto e afogado em demasiado a tantos questionamentos que o rodeiam seria capaz de nomear um desconhecido e inquietante sentimento?

Colocando na balança, usando um dos métodos mais antigos como a Matemática, somando, multiplicando, subtraindo e por último dividindo, seria lícito admitir que resultasse em duas partes iguais?

Agora, esquecendo toda essa escancarada e enlouquecedora comparação, apagando da mente os termos anteriormente ditos e direcionando o rumo da prosa para o lado íntimo e individual, como ter absoluta certeza de que esse tal encantamento, oportunamente também conhecido como “paixão” e sabendo que cada qual entre nós, insuportavelmente diferidos uns dos outros... A questão é, como saber se esse tal sentimento que tanto insiste em nos incomodar que primeiramente bagunça tudo para só depois organizar... Sem mais delongas, como posso eu estar convicta em minha humilde, modesta e ignorante sabedoria, diante da confusão de ideias que se passam em minha cabeça nesse momento, de que àquele a quem o meu coração curiosamente questiona também partilha ingenuamente a mesma intensidade sentimental que eu?