VOU BEM, OBRIGADA!

Caminhos tortuosos que a vida agencia,
Nem tudo é mar, nem tudo é poesia.
A cada passo uma pedra. Ai, que peso!
Caiu uma rosa no meu coração. Foi amor!

De súbito o sorriso da criança. Canta coração!
Quando choro a saudade. Recolho-me em oração
Da bela roseira me ferem os espinhos. Ai que dor!
No dia apático o suspiro é vazio. Agarro-me a mim.

Ao amanhecer nasce uma esperança. Vida que reluz.
Olho sempre ao céu e vejo as estrelas. Delicada Luz!
Sorte que uma vez ao mês cai um limão. Que limonada!
Quando conto o trigo, que decepção! Não sobrou nada.

Quando olho para meus filhos: sorrio convencida.
Amo e preservo a natureza: o universo dá-me acolhida.
Quando olho ao espelho: ai, ai, ai, mais uma ruga!
Penso em descortinar o mistério de Deus: agora pequei.

Lúcia Borges

Lúcia Borges
Enviado por Lúcia Borges em 03/03/2013
Reeditado em 19/08/2022
Código do texto: T4169209
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.