E agora o que fazer se escorregastes de meus versos...
         O que fazer se saístes de minhas frases, de meus dias, deixando um buraco em minhas páginas e em mim...
         Em vão tentei te alcançar, mas você já havia virado a página.
         Foste-te levando muito de mim e pouco ou nada fiquei de ti.
         Minhas maõs vazias lembram que já estiveram preenchidas das tuas.
         Mas, onde tua voz, apenas um leve eco resta no ar.
         E nossos corações que batucavam numa sintonia assustadora?
         Agora uma disrritmia me persegue.
         De tanto respirarmos o mesmo ar, esgotamos todo e fiquei com apnéia.
         Mas o tempo encarregou-se de desmanchar tua imagem tão nítida num passado tão presente.
         Em vão tentar recompor, reconstruir, refazer, tua presença outrora tão forte, esgarçou-se.
         Fiquei cada vez mais pobre de afetos.
         Tento entender como apartamos nossas vidas...
         Tento relembrar tantos sonhos sonhados, esperados, jogados ao leu.
         Mas para o acontecido, pouco ou nada há a se fazer a não ser aprender que nunca deve se entregar de maneira tão completa a uma paixão, porque correremos o risco de ficarmos amputados do coração.
        SIGO MUTILADA!