A respeito de alguém

“Vive é sofrer” Schopenhauer

Nesta falta de exatidão de sentimentos, as coisas se tornaram ainda menos compreensíveis. O substrato da minha existência é este desentendimento. Uma variação entre caminhos que se cruzam embaralhando meu seu. O que eu sou agora? Pergunto-me francamente, porém eu não sei dar uma resposta, talvez também possa ser que nem a exista. Como que se chovesse lá fora e aqui, no meu peito, um furacão girasse tudo me causando um sentimento de embrulho estomacal. Talvez, quem sabe, eu seja ele próprio, um devastador de vidas. Há fatos que perduram tanto tempo que eu não esperava que fossem assim tão longe. Como também outras coisas das quais nem me sinto confortável em enuncia-las, que vão e vem como no eterno retorno. Sinto-me como que desabafando nestas linhas de um velho caderno encontrado no lixo. No entanto não espere aqui um relato confidente, sinta-se a vontade para se achar circunscrito nessas tolas palavras. Acredito que todos nós nos frustramos na vida. Somos um desejo irrealizado ou então, nossas vontades é que nunca se realizam. Há certa distinção entre essas duas coisas, porém você é capaz de entendê-las? Se sim, tu sabes qual é esse sentimento do qual eu falo. O acordar durante várias vezes seguidas a noite por causa de sonhos que te causam ainda mais aflição. Acho que até acredito fielmente em um fim trágico. Mas quando será o fim? Apenas a morte, talvez.

Por hoje vale a rápida reflexão. Se não se viu inserido nesse contexto, fico um pouco contente porque talvez ainda seja feliz. Mas eu não estou feliz ao ponto de ficar também por sua felicidade.

Guilherme Cesar Meneguci
Enviado por Guilherme Cesar Meneguci em 24/03/2013
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