TEM DIAS QUE A GENTE SE SENTE COMO QUEM PARTIU OU MORREU...
                     É exatamente assim que estou me sentido. Olho para os lados e reflito. Hoje é segunda-feira, começo de semana... Qual minha utilidade? Pra que exatamente sirvo além de escrever algumas linhas, alias, bobas e sem nenhuma pretensão literária. São apenas desabafos...
                      Os filhos viraram adultos, viraram familias. Meus cachorros morreram, minhas poucas plantas ( já que moro em apartamento) não preciso regá-las, minha mania de decorar todos os cômodos esbarra na limitação de espaço, depois de muitas tentativas de costurar, desisti por falta de habilidade.
                      E agora José? O que fazer de meu tempo, de mim? Não me preparei para essa fase de inércia. Tenho tudo e nada tenho.
                      Fico pensando que com o passar dos anos vamos desacelerando, vamos caminhando lentamente para o fim. Que aceitar o curso natural seria o normal. Mas, lá no fundo queria na verdade era estar na ativa (maldita aposentadoria) era ainda estar brigando pela vida. A facilidade com que as coisas acontecem tirou um pouco o brilho da conquista...
                  Será que estou sendo cruel comigo mesma? Dura demais? Talvez esteja havendo uma discrepância entre minha idade física e mental... Será que o que me incomoda é essa vontade de recomeçar, esquecer calendários e lutar? No entanto sei que deveria estar calma e comodamente sentada a fazer bordados... Acho que estou fora de minha realidade. Sinto falta de vida... De quedas para ter a sensação maravilhosa de levantar. . Quem sabe de um amor temporão para saber que estou vivinha em folha.
                Releio o que escreví e vejo que pequei. O que quero é tão pouco diante do que tenho. Vou olhar melhor minhas plantinhas, vou pintar aquela mesinha da sala e talvez adote um vira-lata... Quanto ao amor... Quanto ao amor só me resta continuar a esperar...