No meu colinho

No meu colinho

Castiçais acesos e luz de velas, te carrego feito Cinderela... Vem, vem dormir no meu colinho, nesta noite estaremos sozinhos, nem as flores respirarão. Ficarei passeando minhas mãos em teus cabelos, no ar flutuarão beijos num encontro insólito e inusitado. Rolando na alcova dos amantes, seremos homem, mulher, crianças, dois pequenos seres, do tamanho do mundo. Adormecendo em linguajares de luares, em brilho de estrelas, estaremos. Seremos anjos, gnomos, duendes, feras, seres das florestas, escondidos nos ninhos. Dois passarinhos se beijando, beija-flores copulando, enquanto beijam-flores. Temos a força do Avestruz e nossos corpos nus comungam nossos desejos. Afagos e carícias caminham sobre pedras e transformam gelo em açúcares. Mares saciam nossa sede, lençóis de seda se rendem a sua pele e minhas mãos saciam teus desejos, tudo perfeito, quase singular. Não se ofenda, nem se prenda a sentimentos antigos. Sou teu paraíso, teus perigos, teus castigos, teus amores. Pulamos em estrelas, dormimos em nuvens de algodão e somos duas mãos em uma só. A união dos nós desatados, a floresta dos palácios encantados e devaneios. Somos prece e voz num rosário de Ave-Maria, uma cantiga de roda, uma cesta de flores de algodão. Colho frutos no pomar e coloco uvas em tua boca...Ouço tua voz no luar dizendo: Estou louca...Estou louca...Sussurro bem baixinho: Com o que sonhas? - Estava à beira do abismo e criei asas...Estás sobrevoando mares e plantações de girassóis e trigo nas asas do Condor, num voo eterno e infinito.

Toni Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 05/04/2013
Reeditado em 06/04/2013
Código do texto: T4225893
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.