O amor que vive em mim - parte 1

Durante anos coloquei nos meus escritos o amor! O amor que via nos filmes, nas novelas, nas histórias que lia, mas nunca coloquei o amor que eu sentia! Sentia? Ele estava nas lacunas, nos parênteses, nos colchetes e nas chaves de uma expressão algébrica, de uma equação mal resolvida. Deixei o amor nas reticências, do que não tinha coragem de dizer!

Deixei o amor debaixo de meu travesseiro, pois tinha medo que se molhasse com as lágrimas da dor de não consegui viver um amor que latejava dentro de mim!

Sou livre! Posso viver um amor! E isso nada vai me impedir. Não quero o amor como se fosse uma posse. O amor tem que ser livre, uma comunhão de dois seres, que muitas vezes nem precisam estar por perto.

Cansei de noites mal dormidas, de pesadelos, procurando por um abraço! Cansei! O amor que quero pra mim, é parte de um abstrato! Mesmo de longe, pensando em mim, eu pensando nele.

Não digo que não vá sonhar com sua presença. Não digo que não vá sonhar com um abraço, um carinho, um dormir ao lado do outro! Vou sonhar sim. Mas quero que mesmo de longe esta pessoa que eu amo, sinta o mesmo que eu, nos mesmos momentos, com tal intensidade, que ele estará aqui e eu lá com ele.

Hoje, mais do que nunca tenho medo da solidão! Ela me apavora, me desestrutura, me corrói!

Quero viver esse amor, essa entrega total, escrevendo-lhe do nosso amor, do que ficou para trás, não importa, quero ser feliz agora!

Aos poucos lhe darei um rosto, aos poucos vou localizá-lo num espaço, onde quer que esteja, terá sim um rosto! Eu o reconhecerei e ele me reconhecerá. Quero viver esse amor, cantar a alegria de saber que posso voltar a ser feliz. Quero escrever-lhe versos, fazer poesia, declamar em seus ouvidos, que mesmo longe, posso sentir seu cheiro no meu quarto. Quero passear de mãos dadas, quero receber flores, ser surpreendida com um abraço!

Eu vou viver este amor, na escuridão do meu quarto, num banco da praça, numa noite estrelada, caminhando numa praia!

Eu vou amar como uma adolescente, fazer carinho de quem já viveu uma experiência, não vou esconder meu rosto rubro de uma timidez que se foi com o tempo! O amor, não, ele não se foi, ele continua aqui, fazendo meu corpo vibrar como as cordas de um violino, levando música ao vento, trazendo-me o acalanto de poder amar, viver e ser feliz!

É este o amor que está por vir! Quase já posso lhe dar um rosto, e ele já está chegando ao meu encontro. Venha! É por você que estou esperando! Não demore, e se me permite, deixe-me sonhar com você nesta noite! Sonhe comigo também! E assim acordaremos após uma noite de amor! Venha!

Vó Didi
Enviado por Vó Didi em 06/04/2013
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