QUE FAREI EU


 
Vem, enquanto existe em mim,
Um pouco de esperança
Um mundo de ternura.
Vem e me deixa conduzir-te
Aos caminhos deste coração
Que por tantas vezes se fechou
Cansado de desilusão.
Vem e eu tentarei ser o que por toda vida
Tu buscaste no calor nas tuas noites frias,
O aconchego que te falta,
A paz nas horas de tormento,
Serei a água que te saciará a sede,
O afago nas noites de insônia...
Vem, meus braços estão vazios
Sem os teus abraços,
Minha voz quase emudeceu
Por te chamar e nunca me escutares,
A solidão se fez morada aqui
Onde havia um coração cheio de esperança.
Vem, não deixa que a distância,
Que teima em nos separar, se torne mais imensa!
Passaram-se décadas, anos, meses dias...
E agora, só me resta contar as horas.
E quando nada mais tiver para contar?
Que farei eu com toda essa ternura,
Todo esse amor que guardei e não quiseste...