Emanando-me.
Nestes meus “vai e vêm” esperançosos, diários,
Componho os fragmentos no ontem deixados,
Sirvo-me dos vários recursos dos abecedários,
E a narrativa reproduzo em bilhetes versados,
Vou resgatando causos nas causas já pronunciadas,
Recolhendo esquecimentos na vastidão de cada momento,
Secciono as controvérsias na análise de outras jornadas,
Dimensiono com tranqüilidade o meu sentimento,
Recosto palavras aconchegando-as em fulgentes ninhos,
Na nítida expectativa que a esperança as façam aflorar,
Corrijo espaços nestas lacunas deixadas nos caminhos,
Sempre na aspiração inabalável de conseguir voltar,
Assento as porções no remoto passado abandonadas,
Coletando entardeceres no infinito de cada instante,
Numa agreste espera de promessas já completadas,
Na pretensão motivada de estar no sonho brilhante,
Nesta freqüência se derivam exultações habituais,
Aponto as diferentes questões no julgamento surgidas,
Graduando entendimentos nestas combinações atuais,
Assinalando-me nas razões enunciadas nas vindas e idas!