É de manhã

É de manhã

Hora de acordar a mansidão do espírito, de limpar os olhos das ultimas estrelas e de acalentar os tímpanos no aguardo do primeiro canto de pássaro. Hora de abrir as janelas da casa e da alma, para ver a mata com o coração. Daqui a pouco ela vai começar a mudar de cor, avermelhar-se por dentro.

É de manhã...quem dera eu soubesse tocar violino, retribuiria a natureza essa beleza escancarada que ela me doa todos os dias. Hora de deixar nua a mente, de captar os sinais e ouvir as palavras da brisa fresca, que sempre trás novidades do mundo d'outro lado. Hora de amanhecer lentamente todos os sonhos e quem sabe tocar um fado de adeus as tristezas passantes. É de manhã, e toda manhã repetimos o mesmo encantamento: acordamos! Ha algo de magico quando vemos o sol neste primo instante! algo de simplicidade erudita, que mesmo repetindo-se todo dia, cada dia é um, é novo, difere-se tanto...

É de manhã...nova(mente). E que doa em mim este momento breve...que assovia espantos de novidades tantas e embala em asas frescas o céu e o inferno! É de manhã e amanheço-me assim...

- olha lá...lá vem o meu primeiro beija flor do dia...

Bom dia a todos!

Márcia Poesia de Sá.