Naquela casa

Naquela casa, de quintal verde e paredes rosa, moravam as emoções.

Emoções que, pouco a pouco, supostamente fortes, foram pervertidas e exauridas pela mente.

Mente inquieta e feroz que invadiu e se tornou absoluta, inequívoca e superior a tudo o que o coração queria. Mente, serpente maligna ou bondosa, mas sempre dominadora de todos os sentimentos que ali viviam, fechados em compartimentos estanques, sem que houvesse contágio entre eles, talvez mofados, talvez submersos, mas ainda sentimentos. Mente inquieta e devastadora que a todos esmagou, triturou, moeu. Tudo, tudo sob seu domínio.

Naquela casa, de quintal escuro e paredes frias, mora a mente.