Revestida de luz
abre os braços e segue o caminho
com sua imagem em cruz, brilhante
projetada no céu negro e belo, reluz
tal qual uma figura onírica de Di Cavalcanti...
Lobos a seguem, sorrateiros, famintos...
Chove estrelas, num ballet frenético
enquanto a lua, tão bela
e ainda  nua
testemunha tal fato, retirando-se ao final do primeiro ato...
e ela, única bailarina, faz um gesto magnético
atraindo sobre si, o macho reprodutor
dançam e se acasalam, com amor...
então, fertilizam a terra, que recebe suas sementes...
e meio prenhe, quase grávida, afaga seus afetos, seus fetos
que logo serão belos... rebentos
tão livres quanto o vento...


 
Nana Okida
Enviado por Nana Okida em 24/04/2013
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