Mal necessário

Tenho uma imaginação agigantada onde tudo é demais, coisas boas e ruins se tornam bem mais intensa do que são realmente.

Vivo fazendo perguntas: E as respostas nunca vem.

Vivo entre a razão e a emoção, sou um paradoxo em mim.

Porque metade de mim é calma, e outra é revoltosa demais.

Uma vez escutei: que existiam sentimentos que não combinavam comigo.

E fiquei pensando quais seriam eles?!

E com tempo percebi que é preciso calar, pois quando falamos demais, passam a não nos ouvir.

Vou distribuindo o que em mim transborda e nem sempre o que entorna é bom.

E acabo fazendo um estrago atrás do outro, com essa minha mania de falar de forma impensada.

E sem perceber a minha metade revoltosa engrandece e percebo que tenho esse dom de fazer com que as pessoas percam o interesse em mim.

E isso vai crescendo como uma forma de defesa, uma blindagem de sentimentos que possam me tirar o chão e me deixar sem chão.

Essa desenfreada que existe em mim, vai me devorando, consumindo e assim vou me reduzindo.

E se tem algo que sei fazer muito bem é ser esquisita, sei sabiamente fazer escolhas erradas.

Vou mergulhando em uma solidão sem fim, em um mundo em mim.

Nasci procurando essa ausência na minha presença.

E por mais que eu tente não consigo lidar com esse mal necessário.

Carla Juliana Gomes
Enviado por Carla Juliana Gomes em 27/04/2013
Código do texto: T4262375
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