Mal necessário
Tenho uma imaginação agigantada onde tudo é demais, coisas boas e ruins se tornam bem mais intensa do que são realmente.
Vivo fazendo perguntas: E as respostas nunca vem.
Vivo entre a razão e a emoção, sou um paradoxo em mim.
Porque metade de mim é calma, e outra é revoltosa demais.
Uma vez escutei: que existiam sentimentos que não combinavam comigo.
E fiquei pensando quais seriam eles?!
E com tempo percebi que é preciso calar, pois quando falamos demais, passam a não nos ouvir.
Vou distribuindo o que em mim transborda e nem sempre o que entorna é bom.
E acabo fazendo um estrago atrás do outro, com essa minha mania de falar de forma impensada.
E sem perceber a minha metade revoltosa engrandece e percebo que tenho esse dom de fazer com que as pessoas percam o interesse em mim.
E isso vai crescendo como uma forma de defesa, uma blindagem de sentimentos que possam me tirar o chão e me deixar sem chão.
Essa desenfreada que existe em mim, vai me devorando, consumindo e assim vou me reduzindo.
E se tem algo que sei fazer muito bem é ser esquisita, sei sabiamente fazer escolhas erradas.
Vou mergulhando em uma solidão sem fim, em um mundo em mim.
Nasci procurando essa ausência na minha presença.
E por mais que eu tente não consigo lidar com esse mal necessário.