Substâncias da Conspiração

Como traduzir em palavras o que se sente?

Sem saber sentido de coisa nenhuma.

Nossas escrituras sem serem exatas...

Juntadas de coisas adquiridas.

Essa massa é de barro bom.

Sagrada como a criação contada.

Que não vem de molde nem da lama,

Nem de costela que a ignorância arranque.

Não foi transa de marte nem Vênus de desejo.

Vem do surgimento natural do mundo.

Mistérios gozosos do Kria.

Mas, como ela faz pra criar?

Monta a terra pro seu pacote fértil...

Na corrida da água pelos seus minerais.

O caminhar não indica o andar da construção.

É ar, inspiração que bombeia.

Brotou com o fogo que te fez semente.

E o reflexo fica entre o fazer,

Num tempo espaço de escolher respostas.

Espontâneo, saboroso, impulsivo...

E o não fazer,

Numa linha espaça de escolher dispostas.

Certa, arrependida, contemplativa...

Num rito modo de celebrar.

A expressão é a liberdade desenfreada da língua viva.

Move a arte.

Procuro um nome àquela trajetória do pensamento...

Onde a clareza existencial intenta,

Produção de inesplicavel razão.

Por isso a criação é tão falada.

Evolui sem espera sem jejuar sem orar...

Sem alcance compreendido por olhos,

Ou entendido por palavras.

Está esmiuçada dentro da alma.

Somos substâncias da conspiração!

Tão desentendida e para seres bem.

Servos de vida que ao menos a tem.