Maio
 
Desenhei no calendário um mês todinho para ela.
Teci-lhe o vestido, cheinho de rosas, de saia volta ao mundo.
Para os cabelos, fios de luz colhidos da lua azul de outono.
Canção de sinos, da branca igrejinha da cidade natal,
para fazê-la dançar descalça de braços dados com o vento.
Maior ternura, no retrato, coube aos olhos de sorriso afetuoso.
Ela, que nasceu sob o signo das águas,
se nada encontrar, neste esboço, das belas cores de abril,
possa sentir a força que vem da terra e traz frescor e fragrância às rosas de maio.