Tendência natural
O meu destino se posicionou entre as reticências,
Com o receio de apontar-me a um espaço comum,
Conduziu-me ao encontro das minhas reminiscências,
Onde todos os meus "eus" resumiram-se em só 'um',
Indicou-me as veredas que deveria percorrer,
A importância que a jornada alegaria depois,
A previsão certa e lógica do que iria acontecer,
Na densidade prática que um dia eu seria dois,
Daí, meu instinto formulou grosseiras previsões,
Baseando-se em diversificados feitos e progressos,
Caricaturou os medianos de todas minhas emoções,
Assumindo abertamente todos meus erros confessos,
Datou, tim por tintim, as manhãs dos dias seguintes,
Relacionando no tempo quando seria a minha vez,
Incluiu-me na avaliação de todas as constituintes,
E sem aviso de hora declarou que eu me tornara três,
Foi se aninhando na baeta costurada dos lençóis,
Na comunhão digerida das verdades que idolatro,
Na transmissão colorida e perfumada dos arrebóis,
Certificando no silêncio que então eu já era quatro,
Mas, de repente a percepção se perdeu no céu perdendo a cor,
Verificando que dos tantos que eu era só um esteve no além,
Descobri que não foi suficiente todo o meu empenho e louvor,
Hoje os meus "outros" foram embora e "eu" vivo sem ninguém...