Surreal

Essa é para aqueles imaginários sonhos, tão fantasiosos como a realidade dos livros infantis de contos e fábulas, tão semelhantes quanto à verdadeira realidade ancestral e moderna. Sátira e espelho da sociedade.

Chapéus vermelhos no trem que passa em frente à minha casa. No relógio são 3 horas, mas as horas se passam mais devagar quando o trem vai embora. Leva sapatos de cristais caídos ao chão e estraçalha os diamantes. O lobo recolhe-os para vender na feira da praça de sábado. Aqueles pastéis gordurosos sujam minha blusa branca que mamãe acabou de comprar.

Os coelhos, porcos e galinhas estão eufóricos e falantes com tantas novidades. A moda agora é ficar pelado. Quando menos roupa, mais bonito. Quanto mais roupa, mais velho. Enriqueçam com a nova tecnologia dos jovens engenheiros. Comidas frescas de Marte aboliram as hortas.

Mas fadas madrinhas e condões mágicos mudam alguns bichos. Pensam na violência humana contra a Terra. O verde também está na moda, tanto no prato como na vida.

Alices dormem tranqüilas em suas redes confortáveis, enquanto patinhos feios no chão da esquina, sujos e fedidos, com fome de verdade.

Verdade ou mentira? Fato ou boato? Realidade ou sonho?

Em toda mentira há um pouco de verdade. Em todo boato, um pouco do fato. Em todo sonho, um pouco da realidade.