DE ONDE VENS VÓ DIDI?

Um dia este questionamento poderá vir de meus netos! Talvez eu esteja aí para responder, talvez não!

Eu vim como uma estrela cadente, que deslocou-se de uma nebulosa no firmamento, e veio cair numa tulha de milho na Fazenda da Floresta! Casinha improvisada por meus pais José Nicolau e Hilda Costureira. Sou a filha mais velha dos outros nove filhos.

Minha Vó Fiota dizia, que eu era tão pequenina, que esperam um bom tempo para me batizarem.

Depois um dos donos da fazenda, o Senhor Pedro Bastos, fez outra casinha para morarmos. Vieram mais duas meninas e depois um menino.

A velha Dona Romualda, madrasta da minha vó ficou morando conosco, pois mesmo na fazenda, mamãe já era muito procurada, pelo seu trabalho sempre bem feito.

Papai trabalhava na serraria, perto do moinho d'água, onde tinha uma cachoeira, que gerava energia para a fazenda.

Era uma fazenda de mais de quatrocentos alqueires, cafeicultura, arroz, milho, feijão e gado leiteiro. Meu avô materno Manoel Carvalho era o Administrador da fazenda. Minhas tias eram professoras na escola. Os meus avós paternos também moravam na fazenda. Desde pequena já ia pro açude pescar. Vocês não vão acreditar, mas na casa do Vovô Manoel, já tinha telefone, na sede da fazenda também tinha. Era um aparelho de madeira, preso à parede, com fone de bronze. Podíamos fazer ligações até pro Rio de Janeiro.

Dona Cidinha Bastos não tinha filhos, eu era sua xodozinha! Me levava pra cidade de Leopoldina, sempre que tinha parque de diversões! Me dava presentes.sempre.

Quase me esquecia de um detalhe, que me acompanha nestes 64 anos. Eu nasci no dia 30 de novembro, chovia muito. O caminhão que buscava o leite, ficou sem condições de ir à fazenda. Quando ele veio meu pai foi à Leopoldina me registrar. Quando disseram que teria que pagar multa, disse que eu acabava de nascer, 05.12.48.

Quando fiz 6 anos já lia e fazia contas, pois minha tia e madrinha Dindinha Aparecida me levava pra escola todos os dias! E como eram grandes os dias. Com Vovô Nicolau ia sempre na mata, gostava de passear com ele.

Em 1954, nos mudamos pra Governador Valadares, aí deixo pra contar amanhã vai ser outro capítulo da historia da Vó Didi que veio numa estrela cadente, que já não era tão pequenina e era muito inteligente.

Vó Didi
Enviado por Vó Didi em 21/05/2013
Reeditado em 08/10/2013
Código do texto: T4301965
Classificação de conteúdo: seguro