IN(SANIDADE)
Pudera expurgar as dores latentes
Que oprimem o íntimo das almas poetas errantes
E deixar quebrarem na orla dos meus olhos
Os grânulos de sal liquefeitos...?
A vida tem pretensões de solapar meu idealismo
Meu credo
Meu reduto...
É ensejo dos mais perniciosos
Querer encontrar placidez no aguerrido da solidão de si mesmo...
Cada cômodo revela impressões do tanto que vivo
Colando meus cacos de certeza
Fazendo “gatos” com os fios dos meus nervos
Remendando a carne por sobre meus ossos
Ostentando um riso largo numa boca que berra na clandestinidade, amiúde.
Sinto-me no cume do desvairo
São altas horas na alcova de pedra, maquinando defesas,
Onde não há concílio com o sono
Onde é travada a guerra da sanidade...
Então
Mais uma vez submissa à contínua realidade das circunstâncias
Vencida (como das vezes anteriores) pelo cansaço
O dia rompe a película da rotação
Trazendo consigo a ordem Sacra
Pra que eu abra a porta sem permeios
E vá
...
Matar o leão de cada dia.