IN(SANIDADE)

Pudera expurgar as dores latentes

Que oprimem o íntimo das almas poetas errantes

E deixar quebrarem na orla dos meus olhos

Os grânulos de sal liquefeitos...?

A vida tem pretensões de solapar meu idealismo

Meu credo

Meu reduto...

É ensejo dos mais perniciosos

Querer encontrar placidez no aguerrido da solidão de si mesmo...

Cada cômodo revela impressões do tanto que vivo

Colando meus cacos de certeza

Fazendo “gatos” com os fios dos meus nervos

Remendando a carne por sobre meus ossos

Ostentando um riso largo numa boca que berra na clandestinidade, amiúde.

Sinto-me no cume do desvairo

São altas horas na alcova de pedra, maquinando defesas,

Onde não há concílio com o sono

Onde é travada a guerra da sanidade...

Então

Mais uma vez submissa à contínua realidade das circunstâncias

Vencida (como das vezes anteriores) pelo cansaço

O dia rompe a película da rotação

Trazendo consigo a ordem Sacra

Pra que eu abra a porta sem permeios

E vá

...

Matar o leão de cada dia.

Virgínia Moreno
Enviado por Virgínia Moreno em 22/05/2013
Reeditado em 15/02/2014
Código do texto: T4303335
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