As estações.

Assim que acabe este verão, guardem o calor deste sol e roubem da estrela o brilho que levaram nos olhos, aguardando os azuis nos tons de um velho céu que o dia ou a noite encantem e se enamorem nas ilusões.

Aparecendo o outono, procurem em que parte da estrada, nos dourados de tardes que se findem, salpicadas do amarelo de folhas caídas pelo chão, esconderam-se as pegadas do carinho.

Quando o inverno vier, descubram outros atalhos que um risquinho de lua possa iluminar, recantos ocultos de ninhos vazios ou lugares secretos, e bebam os cristais cintilantes e orvalhos, aquecendo os frios nas labaredas de lembranças.

Na primavera ao renascer, redescubram a trilha de perfumes nos matizes das flores para colorir a vida e, desafiando alturas, resgatem, na esperança, o que não possam deixar morrer.

Até que se reiniciem e se renovem as estações, enquanto vida, este será o amor: a liberdade sem tristezas na intensidade sem medidas de todas as emoções.

O amor é como uma brisa que viaja na direção das nuvens no manso silêncio de sombras encantadas, que se enfeitiça na dança dos olhos, trazendo paz docemente sussurrada pelos ventos que enriquecem a alma, encorajando e embalando os sonhos.

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 29/03/2007
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