Apenas um rosto

Caminhando distraída,

Imersa em distantes pensamentos.

Um olhar passageiro... um súbito despertar,

Seguido de um torpor paralisante,

Pela visão inesperada.

Um rosto se destaca na multidão.

Um semblante há muito não visto,

Há tanto tempo desejado.

Um elo perdido na corrente da vida.

Como reativá-lo?

Onde foi parar aquela imagem fugidia?

Terá sido mesmo real ou apenas uma peça,

Pregada pelo inconsciente?

Olhos ávidos à procura

Daquela imagem marcante.

Tantos rostos desconhecidos,

Num vai-e-vem incessante...

Foi justo esse encontro,

Que se tornou desencontro?

É justo que o destino

Reavive lembranças,(que desatino!)

Já arquivadas na prateleira?

Torne a abrir o ferimento cicatrizado,

Para transformar , novamente, em poeira

Um sonho há tanto tempo acalentado?