A PAZ



Numa busca incessante segui sem rumo certo
Na esperança de encontrar você.
Você a quem busco incansavelmente,
Você que na tranquilidade dos sábios
Ensina-nos que não será tão longo o caminho
A percorrer, pois a distância que nos separa,
Não é tão imensa, nem cruel.
Você, que de alguma forma nos faz pensar.
O quão seria tão sublime
Encontrar sem que para isso nos tornasse
Andarilhos, sem rosto e sem identidade,
Sem rumo certo.
Você, que pode estar muito mais ao nosso alcance
Do que se pode imaginar...
E sabe por quê? – Por está nas mínimas coisas
Que nem mesmo se pode tocar,
Não está ao alcance dos nossos olhos,
Nem se consegue com palavras denomina-la
Porque você está dentro de nós, nas pequenas
E singelas coisas que se imagina.
Não há como percebê-la com os olhos,
Nem tocá-la com as mãos, não tem cheiro, nem cor,
Nem mesmo tem sabor, mas tem tudo isso...
Porque basta que nos voltemos para dentro de nós,
Para que possamos decifra-la, e ter a certeza de que
Você está muito mais próximo, na maneira de como
Encaramos a vida, a simplicidade...
Que às vezes não conseguimos enxergar,
No sorriso e até no choro dengoso de uma criança,
Nas florzinhas do campo que brotam
Em qualquer cantinho, sem que tenhamos semeado,
No canto dos pássaros ao romper do dia
Ou quando esse começa a bocejar sonolento,
Numa noite estrelada, inspirando poetas.
E cancioneiros enamorados, enfim,
Quando nos damos conta de que tudo isso
É parte da natureza assim como nós,
Chegamos a mais sublime conclusão
De que encontramos a quem tanto buscávamos.
Você, a PAZ.