PROSAS NA MANTEIGA
A saga atropela e faxina o "eu" a balbuciar
Entre madeixas do tempo, um lobo a sorrir
Sabe do feito, mas há nos pormenores.
Sangra à balbúrdia enovelada
De réstias e de farelos... não desdenha.
Marca a lume morto, as avezinhas que vão e voltam ao puleiro
Na mira, o sonho; cruel e passadiço, a me ouvir, a atinar.
São minhas prosas na manteiga
Colhidas na serrapilheira da vida
A me amendoar em tarde gélida, desestruturada.
Um dia, conto tudinho
Aos céticos, aos gênios e aos meus heterônimos subjugados
Um dia viro chapa em vez de lebre - ei de o perquirir.
Não como o cimento amanhecido no café da tarde
Sou regato correndo à baixa da essência
Um cume a erigir de tão esbelto, indócil.
Queixo aos versos um pouco mais de beatitude
Tomo de luz em menopausa brilhante e ferina
Haveria de ser réplica aos meus embalos...
Pois, ferem, amam, passam e derretem.