PROSAS NA MANTEIGA

A saga atropela e faxina o "eu" a balbuciar

Entre madeixas do tempo, um lobo a sorrir

Sabe do feito, mas há nos pormenores.

Sangra à balbúrdia enovelada

De réstias e de farelos... não desdenha.

Marca a lume morto, as avezinhas que vão e voltam ao puleiro

Na mira, o sonho; cruel e passadiço, a me ouvir, a atinar.

São minhas prosas na manteiga

Colhidas na serrapilheira da vida

A me amendoar em tarde gélida, desestruturada.

Um dia, conto tudinho

Aos céticos, aos gênios e aos meus heterônimos subjugados

Um dia viro chapa em vez de lebre - ei de o perquirir.

Não como o cimento amanhecido no café da tarde

Sou regato correndo à baixa da essência

Um cume a erigir de tão esbelto, indócil.

Queixo aos versos um pouco mais de beatitude

Tomo de luz em menopausa brilhante e ferina

Haveria de ser réplica aos meus embalos...

Pois, ferem, amam, passam e derretem.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 29/05/2013
Reeditado em 25/09/2013
Código do texto: T4315470
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