Agora que me deixaste nesse canto, sinto vazio, sou pranto... sou silêncio. Silêncio que eu não queria ser... Silêncio que emudece o verso e faz do universo, medonha escuridão. 
Como se todas as minhas janelas estivessem abertas e a luz não entrasse, nem um facho para aquecer o coração, nada...
Apenas o frio do vento, de todos os ventos que me abandonam, de todos os lugares que desconheço. Lugares onde sequer estive, distâncias que nunca percorri, apenas senti... Senti na derme desse silêncio indizível que desespera, que chora e grita sem nada dizer...
Silêncio egoísta e diabólico, que me sorri ao passo em que me traga!
 
E o mundo agora vive, e eu não sei por quê...
Eu não sinto coisa alguma além dessa tristeza profunda. Sequer sinto quão rápida ela é. 
Talvez sejam olhos furiosos num caminhar lento, com fome de tudo, inclusive dos restos. Talvez não se importe por serem ruínas. 
... Talvez relutar já nem seja possível. 
Nada posso contra essa angústia que me esgota, 
que em silêncio engole os sonhos enquanto me cava e me mata...



 


 

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Denise Matos

DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 30/05/2013
Reeditado em 30/05/2013
Código do texto: T4317248
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