Uma noite qualquer

Em meio a neblina um carro some na estrada. No céu inexistem estrelas , apenas a escuridão e a chuva que turva o parabrisa e torna a pista escorregadia. O horizonte se limita ao alcance dos faroís. Placas apontam vários caminhos,mas desta vez o destino é incerto. Não há pressa, hora ou lugar para chegar, partiu a vagar sem preocupações. O rádio começa a chiar, índício que mais uma cidade fica para trás. É preciso procurar outra frequência.

A chuva cessa por alguns instantes , pela janela entra o cheiro de terra molhada e isto traz uma sensação boa, de um ciclo que se renova. Após mais alguns quilômetros os alto falantes silenciam de vez e o único som que é possível escutar neste momento é o dos pneus ao passarem por poças d´agua.

Naquele vazio os sentidos se confundem, o velocímetro alcança velocidades nunca antes experimentadas e aos poucos o nível do marcador de combustível vai baixando... é hora de voltar para casa.