O último romântico

Uma dúvida paira sobre mim nesses dias.

Seria eu, o último dos homens que talvez queira algo próximo de algo sério, seria eu o último homem romântico?

Numa dessas horas eu desabafei, com um colega meu a respeito de que estava interessado em uma menina (eu queria dizer apaixonado), e ele me disse: "Só você? Você pensa que é o único que quer comer essa menina?"

Fiquei estupefato e sem palavras, não sabia na hora o que dizer.

Comer? Tratar uma mulher como simples pedaço de carne, feita para ser devorada e abusada, usada apenas por pura necessidade e prazer?

Não creio que compartilhe dessa ideia, para mim toda mulher merece respeito, carinho e amor. Sexo é a última coisa que penso (na verdade todo homem pensa em sexo, isso é um instinto natural, mas como ser humano pensante que sou, faço o possível para tentar deixar isso em segundo plano, pois a sensação de tesão é algo passageiro que vai embora brevemente), prefiro tratar as mulheres como seres humanos, tentar tratá-las da mesma forma que gostaria de ser tratado.

Respeito ao ser oposto a mim, sempre, tentar tratá-las como seres humanos que são. Escolhendo apenas uma mulher e fazer o impossível para que esta seja feliz ao meu lado e fazer disso também minha felicidade.

Talvez seja uma pior das tristezas muito além de uma rejeição (ser rejeitado sim é algo bem dolorido, diga-se de passagem), é saber e ver que aos poucos que a pessoa você gosta, começar a se aproximar de alguém que você sabe que vai fazê-la sofrer.

Sim realmente, a pior infelicidade é ver que além de não poder estar junto da pessoa que você ama, é saber que cedo ou tarde essa pessoa vai chorar, vai ficar triste, e não há nada que você possa fazer para mudar isso.

Esta talvez seja a sina do último homem romântico: amar sem ser amado, e sofrer por ver a sua amada sofrer (e saber que esta sofrerá) e não saber como ajudá-la.

Dizem que se cura um amor perdido com outro amor que é encontrado, mas falar é fácil, o difícil é fazer.

Gustavo Araujo de Avila Campos
Enviado por Gustavo Araujo de Avila Campos em 20/06/2013
Reeditado em 11/07/2013
Código do texto: T4350331
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