Refúgio

Procuro um refúgio dentro de mim. Ando e viajo por minhas ruas e becos por onde, vacilantes, andam meus pensamentos e emoções... Fujo de mim, para mim. Fujo do nada para o tudo que me contém e me convém. Estarei sob controle, ou totalmente descontrolada? Solta ou engaiolada? Dentro dos padrões, ou completamente fora deles? Sou menina ou velha? Vestida ou despida? Calçada ou descalça? Trabalhando ou descansando pela vida? Afinal, quem sou eu? Quem é você? Conselheiro, algoz, punhal preparado para ferir-me, cravado no peito em chamas?... Derrame água, faça ferver... Quero a festa que nunca tive, o sonho que se desfez com a chuva, as palavras que nunca ouvi, o amor que sempre esperei, a lucidez crítica do sol, quero, enfim, sobreviver a mim... Reticências sentidas, doidas e doídas.