Do eco.

E a gente brinca. De cirandar. Mesmo sem música. É o amar. Loucura. Insanidade. Às vezes, ternura. E vaidade. Medo do escuro. Da solidão. Do eco. Da alma. Imensidão. E nada do que foi será. De novo, do jeito que já foi um dia. E a rima pára. Cessa, assim, sem avisar. É que o belo não é eterno. Assim como efêmero é o amor. Dura lapsos de segundos. Muda em minutos dois mundos. E acaba. Como a última flecha. A última ceia. Derradeiro luar. Mas, calma. Depois da noite, há sempre um despertar. Trocadilho infame. Mentiroso. E a dor se reveste de amor de novo. Aos mais otimistas, ao menos. Os mesmos otimistas que balançam, mas continuam em pé. E acreditam. E destroem paradigmas. E mudam o mundo com palavras de ordem. E vão dormir, deitados no escuro. Sonhando imensidão. Temendo a solidão. E amar vira ciranda. Num sonho distante de criança. E até a dor vale à pena, pra quem respira esperança.

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 22/06/2013
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