Coisas Desse Amor

Decerto o que narro será demência de uma mente dominada por uma saudade enlouquecedora, conseqüência de uma distância entorpecida, quando o tempo torna-se carrasco de minha vida, flagelando meus prazeres e dilacerando todas as lembranças num espaço que não me cabe, que me recebe, mas não me sabe. Isso porque em cada canto, hoje eu encontro o que nunca me pertenceu. As frases de amor que foram anotadas, as mensagens no celular (que não foram apagadas), os e-mails que registraram momentos da mais absoluta dedicação...

Rever tudo isso, parte de nossa história, me faz viver novamente esse sentimento de amor que nunca me abandona e ainda me permite o sorriso franco e sincero, nesses momentos de bizarra introspecção. Afinal, ninguém entenderia mesmo como ainda sobrevive essa paixão. Alucinada, transcendente e atemporal.

O tempo que passou trouxe transformações velozes, ferozes e inesperadamente mordazes. Fortaleceu, no entanto, esse sentimento descabido, incontido e desmesurado tem sido meu regresso contínuo ao caminho que me conduz nessa busca inesgotável, que me faz arder em esperanças em cada vez que o telefone soa e em meu peito ecoa aceleradas batidas de um coração que nunca se cansa de amar.

Por diversas vezes, quando a decepção me afronta, minha persistência incansável me restaura todas as forças, na dobra de dias iguais que nunca coincidem seus eventos. Minha insanidade, talvez, seja crer no inviável, num reencontro de outros encontros acolhidos por toda a felicidade de que se é capaz sentir e perdurar numa eternidade efêmera, mas verdadeira.

E acima de tudo, tudo o que penso, digo ou escrevo, está minha razão maior, que apazigua e delibera meus conceitos e resistências, muito além de quaisquer aparências, dissolvendo as brumas da ilusão e me envolvendo na plenitude que é ter você ao meu lado.

ENIGMA
Enviado por ENIGMA em 03/04/2007
Reeditado em 31/03/2013
Código do texto: T435653
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