Algo Mais?

Tenho dito entre as palavras mal ditas e, em berros e gritos, salivado no silêncio em que me obrigo.

Dos tombos que sempre levo, aprendi apenas que a gente se levanta. Talvez eu devesse saber algo mais. Mas, tenho medo.

Tenho medo da falta de graça e da ausência da poesia. Não me espanta a falta das horas e nem a dor da saudade. Não me amedrontam as lutas. Para quem tem a certeza de que nasceu para ser feliz, encara a dor como necessário passo para chegar ao alvo.

Não me assolam as dúvidas e nem me espanta a falta de ar. Eu tenho medo é da falta de tato. Da ausência dos versos e do abandono da música.

Meu medo é deixar, covarde, sucumbir alegria da proximidade e do toque. É ver que, por entre os dedos, voou a possibilidade de ser mais. É deixar que o silêncio me cale a coragem de ser sempre muito mais feliz.

Débora Andrade